sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mau Dia.




Hoje tive decididamente um "dia-não".

Sabem aqueles dias em que acordam e estão simplesmente de mal com a vida? Hoje foi um deles. E nem é que tenha acontecido nada de negativo em específico, mas acordei terrivelmente em baixo, cansada, e num profundo estado de depressão-apática. É claro que a cada vez mais óbvia embirrância que os meus professores no geral sentem por mim também não ajuda. Nunca irei compreender, está bem que até sou uma pessoa relativamente faladora, mas a maior parte das vezes até estou calada! Sou capaz de estar uma hora sem dizer absolutamente nada durante a aula, mas assim que abro a boca e inicio a pronunciação da primeira sílaba lá vem um estridente "MENINA M., ESTEJA CALADA!", acompanhado de um deveras ofensivo olhar censurador, que se parece dirigir a alguém que chumbou no 5º ano, e não a uma exemplar, não-chumbadora e respeitável aluna do 12º ano.

Entretanto, depois das aulas acabarem estava em casa de uma amiga no relax, quando recebo uma chamada da melhor amiga da minha irmã a dizer que ela tinha passado a tarde toda a vomitar e a sentir-se péssima e que a ia levar de táxi a casa. Eu, claramente preocupada (a minha cabeça criou logo 200 imagens diferentes da minha irmã azul às bolinhas verdes a dizer que tinha apanhado gripe A), saltei do sofá e saí a correr de casa da minha amiga, entrei feita maluca no autocarro, saí às cambalhotas do autocarro para apanhar o comboio a tempo (e isto tudo para não deixar que a minha irmã chegasse com a amiga a casa e eu não estivesse lá para a acolher nos meus braços), e quando, a hiperventilar, entrei no comboio (a pensar no que raio diria à minha mãe, que está em França, sobre esta situação quando ela telefonasse), recebo uma chamada da minha irmã que me diz, com um ar muito descontraído, que se sente melhor e que afinal vai ao concerto dos BackStreet Boys.

Confesso que na altura nem sequer tive reacção. Deve ter sido um sintoma do alívio que senti ao saber que não teria que chamar nenhuma ambulãncia do INEM.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Sorte?





Hoje tive um dia EXTENUANTE.


Começou por correr muito mal quando, ao subir as persianas da janela do meu quarto, constatei que a percentagem de humidade no ar se encontrava desencorajadoramente superior em relação ao meu limite pessoal de 10%. Não tenho realmente nada contra uma neblina saudável, mas de facto não percebo o porquê de esta ter de vir acompanhada na transformação do meu já muito reles cabelo, numa infeliz pseudo-afro loira que é, devo sublinhar, deveras inatraente. Consegui, contra todas as forças malignas que me colavam à cama, levantar-me e preparar-me para sair de casa. Fiz a minha típica caminhada de 20 minutos até à estação (sim, eu faço 20 minutos a pé todos os dias, às 7 da manhã), durante a qual toda a minha concentração se dirigia para o que se estava a passar no topo da minha cabeça, que parecia começar a ganhar vida própria. Ao chegar à estação, transpirada, encharcada da humidade e transformada numa espécie rara de pessoa de origem africana albina, constatei que me tinha...

... esquecido da carteira EM CASA.


Conclusão:
tive de subir o caminho todo de novo para ir buscar a carteira a casa e, quando lá cheguei, assustada com a minha situação capilar, decidi esticar o cabelo com o BabyLiss com o qual, durante o processo, causei uma queimadura de 1º grau na bochecha de aproximadamente 5 cm. Claro que com isto tudo levei falta na primeira aula, confirmando a mim própria e a todo o corpo docente que, de facto, não foi uma boa ideia terem-me nomeado delegada de turma.

O resto do dia correu, como qualquer dia na minha vida, repleto de precalços constrangedores e desnecessários que a minha natureza não consegue evitar, como contar, sem querer um segredo de uma amiga a uma pessoa que pensava que já o sabia (e sim, mais uma dia que não passei sem aplicar uma nódoa de algum resíduo desconhecido no meu top), e o meu nível de confiança em mim mesma manteve-se inalterado, com valores bastante negativos. Para isto, devo dizer, a aula experimental de dança jazz à qual fui com uma amiga que já é praticamente profissional, contribuiu bastante graças à minha incapacidade de acompanhar o resto da turma no que tocava a executar qualquer dos exercícios propostos (mas vá, o meu reflexo no espelho sempre me providenciou momentos de verdadeiro deleite, não me ria assim há algum tempo).


E foi entre todos estes pequenos mas desanimadores acontecimentos que, enquanto passava distraidamente ao lado de um multibanco, me deparei com uma nota de 10€ que, só e abandonada, jazia no chão. Olhei para os lados: ninguem. E de repente foi como se nada tivesse acontecido. Peguei nela e sorri ao pensar, enquanto a enfiava no bolso das calças,
"será sorte?"

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Comecei Hoje...

... e porque não? Porque é que a esmagadora maioria dos desejos que expresso começam com as palavras "um dia..."? Porque é que será que as pessoas no geral -e eu em particular- têm a mania de pensar que no futuro estarão sempre mais aptas a fazer o que querem do que agora? Quando é que vamos começar a ter confiança suficiente no hoje, naquilo que somos neste momento, para nos apercebermos de que é sempre a altura ideal para começarmos a fazer o que desejamos? Estava com cara de parva a olhar para o monitor e a pensar "sempre quis ter um blogue", enquanto serenamente visitava os meus sítios preferidos da blogosfera, quando pensei "e porque não começar HOJE?!"